Mapa da língua
Muito se tem falado e escrito sobre o mapa da língua e da forma como assinala zonas específicas para cada um dos gostos primários. O estudo que está na base destes escritos é o livro Sensation and Perception in the History of Experimental Psychology de Edwin Boring (1942). Este autor traduziu um estudo escrito, em alemão, pelo psicólogo e cientista David P. Hänig (1901), Zur Psychophysik des Geschmackssines. O mito que ainda hoje persiste em muitos textos resultou de um erro de tradução feito por Edwin Boring.
Em 1974, a psicóloga Virginia Collings vem confirmar que os mesmos recetores das papilas gustativas reagem a todos os gostos primários, mas de forma diferente. Zuker et al. fala-nos sobre a mesma questão no seu estudo, The receptors and cells for mammalian taste (2006), como podemos ver nas figuras abaixo.
“compounds representing a taste quality react in similar ways with the taste receptors; a compound from another taste quality would stimulate the receptor in a different way (…) the growth of the taste sensation for a given quality is not a function simply of type of papilla stimulated or of the particular nerve involved” (Virginia Collings in Human taste response as a function of locus of stimulation on the tongue and soft palate, 1974).